"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)"
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)"
Legião Urbana
Hoje será o dia em que a farsa
política brasileira se fará mais visível, pois se apresentará uma presidente,
aos seus algozes, para tentar explicar sua inocência diante de um bando de políticos duvidáveis, mas que todos já sabem o desfecho: esse jogo já teve
seu resultado antecipado faz tempo.
Em 29 de agosto de 1825 houve o
reconhecimento da independência do Brasil por Portugal - hilário que no
aniversário de 191 anos desta data, as forças progressistas do Brasil estejam
lutando contra um golpe que quer por o país dependente outra
vez.
Em 29 de agosto de 1966 a banda
inglesa The Beatles realizava, no EUA, seu último show oficial (tristeza para os fãs). O show de
horrores do processo de impeachment da primeira mulher eleita presidente da
república brasileira a obriga a enfrentar toda sorte de corruptos históricos
travestidos de paladinos da justiça. Irônico!
Em 29 de agosto de 1993 acontece
a chacina de Vigário Geral, onde 21 pessoas foram assassinadas. A presidente
afastada tenta como último ato convencer um senado mal explicado a não matarem
- por meio de um golpe parlamentar, jurídico e midiático - a democracia jovem
do Brasil e um projeto de inclusão social.
Em agosto de 2005, neste mesmo
29, o furacão Katrina atinge a cidade de New Orleans provocando estragos
devastadores e vítimas que marcaram os EUA. Neste 29 do corrente ano, Dilma
Rousseff tenta evitar que o país caia num vendaval duradouro de políticas
anti-povo e neoliberais extremas que aspiram entregar as riquezas do nosso pré-sal a grandes multinacionais
do petróleo e ao mercado especulativo nossa autonomia de nação,
em detrimento das necessidades mais prementes da população brasileira mais
vulnerável financeiramente.
Sabina (séc. I/II) era uma nobre e rica viúva
romana que buscava o conforto de uma fé verdadeira. Assim, aproximou-se de uma
criada chamada Seráfia, que era cristã e, como tal, comportava-se de maneira
caridosa e dócil com todas as pessoas. Aos poucos, Seráfia foi introduzindo a
patroa nos princípios da fé cristã e não tardou para que esta logo viesse a se
converter, tornando-se uma cristã fervorosa e obediente aos preceitos de sua
fé.
As perseguições aos cristãos logo
atingiram patroa e empregada. Presas, Seráfia foi torturada e, não resistindo,
veio a morrer. Sabina, porém, valeu-se de sua influência na corte e conseguiu
ser libertada. Passou, então, a atuar com mais fervor e transformou sua própria
casa em uma igreja. Logo depois, foi novamente presa e, desta vez, não
conseguiu influenciar a decisão dos governantes. Foi torturada e morta por seus
perseguidores. Dilma, presa e torturada ao lutar pela democracia do Brasil, é torturada novamente por uma política traidora e baixa.
Hoje é 29 de agosto. Dia em que a primeira presidente mulher do Brasil terá seu último ato de resistência e coragem diante do Senado. Não precisaria se esse país fosse um pouco mais sério e democrático de verdade. O dia de hoje entrará para a
história como página nefasta de uma articulação política suja, mas bem
orquestrada que levou o país para o rumo da traição e do abismo em seu processo
civilizatório.
Ps. Curiosidade sobre os 191 anos de reconhecimento de nossa independência:
O artigo 191 do Código Penal diz que quem, sem consentimento ou
autorização de quem de direito, entrar ou permanecer em pátios, jardins ou
espaços vedados anexos a habitação, em barcos ou outros meios de transporte, em
lugar vedado e destinado a serviço ou a empresa públicos, a serviço de
transporte ou ao exercício de profissões ou actividades, ou em qualquer outro
lugar vedado e não livremente acessível ao público, é punido com pena de prisão
até três meses ou com pena de multa até 60 dias.
O engraçado é que o povo não deu autorização direta aos golpistas para invadirem e permanecerem no Planalto.