terça-feira, 11 de dezembro de 2018

"Lave suas mãos que é à sua porta que irão bater"

Como iremos nos comportar no futuro, diante do futuro que se avizinha a partir de 2019? Depende! O incerto não se anuncia pela própria inerência de incerteza que o futuro congrega adiante. Ele se anuncia pela narrativa antissocial que se vislumbra a partir dos ditames que Brasília entoará com o próximo governo. Pois, o liberal e o conservador dizem se misturar - respectivamente, da economia aos costumes - de modo meio esquizofrênico pelas bandas destes mal contados trópicos. Entendo o liberal nestas bandas de terra da Terra como aquiescência à voluptuosa cede de ganhos da cobertura; e o que chamam de conservador reina nas liberdades e garantias do térreo em descabido truncamento progressista. 

A dependência está para o comportamento e a sua consequente posição cognitiva como análise, ação e reflexão ao vindouro.

A prática diária de quem vem lá nos dirá o que devemos fazer pelas bandas de cá! É preciso temperança e inteligência para se agir e se decidir reatividades de modo a não sermos precipitados ou, por outro lado, lenientes. Os tempos são obtusos e precisamos entendê-los com perspicácia e atitude. Até agora, o chacoalhar dos guizos da direita mais extremada não fornece auspiciosas perspectivas benfazejas em termos de povo. O ir e vir de decisões no pré-governo e os rompantes meio atabalhoados dos que circundam o futuro dono do poder executivo nacional são preocupantes. Beirando o amadorismo político, estratégico e defensor do conteúdo nacional mais pertinente e viçoso: das fontes de riqueza energéticas, tecnológicas, ambientais até bater à porta da educação pública. E, neste último ponto, as instituições superiores de ensino reclamam grave preocupação e precisam armar suas trincheiras de defesa, por exemplo, caso necessário seja. E acho que será!

O modal e o formal dos discursos dos eleitos e escolhidos são alijados de entendimento da complexa massa social que move o país em seus contrastes, desigualdades e potencialidades. Poder e contrapoder se encontrarão numa arena duvidosa chamada de Congresso Nacional e não há um bom horizonte majoritário dentro dele. Outro poder que dá sinais de que irá se recolher é o judiciário. Leia-se: recolhimento igual à possível aceitação da imposição, com pitadas de negligência aparente.

No entanto, essas conjecturas são o que são: conjecturas. Por isso, é preciso aguardar os movimentos do futuro governo. Mas, é preciso também a preparação pertinente para os embates e para a defesa social, da própria democracia e suas conquistas parcas.

E como dizia Renato Russo em "A fonte", que está no disco "O descobrimento do Brasil", "esperança, teus lençóis têm cheiro de doença". Bem sugestivo, ainda mais porque neste álbum também tem a canção "Perfeição", que tem uma estrofe que diz: "vamos celebrar a estupidez do povo/nossa polícia e televisão/vamos celebrar nosso governo/e nosso estado que não é nação". Será que Russo e seus colegas de banda anteciparam 2019 em 1993? Até o título deste texto é um verso da primeira canção citada. Aguardemos, e, se preciso, comportemo-nos com brilho e força daqueles que defendem a boa luta pela causa dos mais excluídos numa sociedade tão injusta e, por vezes, medrosa.

Ps. A escolha da foto é um contraponto imagético ao pessimismo do texto, pois, sugere leveza e alegria.

   

    

Livro de poesia: Na bacia das almas

NA BACIA DAS ALMAS, O SEGUNDO LIVRO DE POESIA DE VERIDIANO MAIA DOS SANTOS, ABORDA POEMAS SOBRE A CIDADE, SUA CONCRETUDE E SEUS SIMBOLISMOS...