segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Letrinhas


DO ESCÂNDALO DA VIDA – VERIDIANO MAIA/JULIO LIMA
Quem clarificou tua inocência
E te fez impuro noutros campos?
Não sabe mais por onde seguir
Teus sonhos infantis
Quem mistificou tua saudade
Daquelas tardes de alma fria?
Não sabe mais como invadir
Os cantos dos outros

Alguém te vê passar...
Sem comentários ou augruras
Ninguém quer mais estar...
Em tuas novas desventuras!
Quem tem amor pra dar
Ou que empreste uma fagulha
A essa mesma criatura
Que amor ao mundo renegou!

Quem enlouqueceu tua miniatura
De homem varrido da vida?
Não tem mais aquela mulher
Que tanto amor lhe deu
Quem se desvencilhou de tua pele
De macho forte e lutador?
Não sabe mais a idade que ainda tem
Pois já viveu e já morreu demais.


 
OUTRAS BRIGAS – VERIDIANO MAIA
Eu te livrarei do drama se você
Decidir que esta dama não vai ser
Seu relicário de paixões mal resolvidas
O seu depósito de desilusões e outras brigas

Meu inferno é pensar que nosso amor
Foi descendo uma ladeira...
...Controvertida
E que uma outra vida, outra senhora esbarrou
Em seu peito apaixonado, agora
E eu fui, aos poucos, sendo substituída...
Em seus braços, seu pedaço, sua vida

Eu te libero da sina de me ter
Se o meu agrado não mais preencher
As lacunas que enchem de vazio
Tua alma - prometida - nas minhas noites de frio...

Eu perdôo sua falta em minha cama
Se está feliz com aquela outra dama
Mas não peça para me arrepender de nós
Quando a solidão ti me chega tão atroz

Meu inferno é pensar que o nosso amor
Foi descendo, foi descendo a uma dor
Sem fim...em mim!!!
Em mim sem fim! E só ela sobrou...


MAIS UM DEZEMBRO – VERIDIANO MAIA
A minha vocação
É ser melhor do que o seu ‘não’
A minha sensatez é ser um louco
De cada vez um pouco
A minha ambição é desmedida
É descabida a minha metrificação
Poética do amor
Sem ética eu sou quando quero você.

A minha informação mais precisa
Não chega sequer a dobrar a esquina
Lá fora, agora, o mundo é ‘menos eu’
Eu beijo a aurora do dia que seu
Mas não me demora, espero você
Dizer que é hora de se esconder de tudo
Do perigo absurdo que é se perder
Por aí...

A minha força vem dos meus delírios
Quando penso que estou contigo
A minha vastidão não chega ao horizonte
Distante, impossível, à frente, perdido
Onde mora você, onde está, cadê?
Não lembro
Mas tenho
Um outro dezembro vazio
Comigo e esse som!

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