sexta-feira, 27 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
CORDEL PAISAGENS DO MEU SERTÃO
Vou com destino ao sertão
Em tempo de invernada
Que quando é a seca amarga
Não tenho disposição.
A serra se aproximando
Logo, logo eu chego lá,
À cidade, no interior, adentrar,
Logo, logo tô chegando.
Visitar no fim da tarde
Uma fazenda do sertão
Contemplar seu casarão
Aviva a alma sem alarde.
Em frente à casa, o meu cão
Guarda a paz a me encontrar
Sem nada a lamentar
Da sua nobre função.
Pé cansado de andar
Reclama espreguiçadeira
Ou mesmo uma velha cadeira
Pra um bom café tomar
Entrando na fortaleza
Atijolado é o meu chão
Do lado à sombra o oitão
Que me carrega a tristeza
Água frienta num pote
Misturo água e sal
Pouco pra não passar mal
Pra completar o meu mote.
E ajeito o meu fogão
Para poder cozinhar:
- feijão após debulhar
De gosto igual não há não.
Modernidade aqui tem!
Vê-se a brecha do mundo
Amplo, bonito e profundo,
Lembre-se disso também.
Paisagens do meu sertão.
Brilha o sol desse curral
Que prende o bezerro mal
Que faz ‘estripulação’.

Curral prende de antemão
Em seu espaço, o destino,
Do vaqueiro nordestino
Anônimo e sem um tostão.
Em tudo ao seu redor
Quando o tempo lhe comove
Sorrir quando o tempo chove
Mas, só deixa ao virar pó.
Cercado de seu penar
Que como arame farpado
Se amarra e corta o danado
Dos augures do lugar.
Lodo se forma no açude
Verde lodo do sertão
Que com a serra, amiúde,
Faz mais bela fundição!
Que a pedra rompe e o levanta
Movendo tudo afinal
Empinado ao azul celestial
Que nem cardeiro, planta santa!
Meu filho com o olhar debruçado!
Cheio de contentamento
Retrata o isolamento
Do que fora pra trás deixado.
Perto daquele puleiro
Que guarda a noite e as galinhas
Olhado pelas cabrinhas
O anoitecer ligeiro.
Na penumbra da noitinha
Correndo pra se abrigar
No juazeiro chegar
Do frio que se avizinha.
Despeço-me do sem igual!
Sertão que me é querido
Dele não fico esquecido,
Mas volto pro litoral!!!
terça-feira, 10 de abril de 2012
Trânsito em Natal
Trânsito natalense: caos e
negligência da administração pública.
A
cada dia fica mais difícil transitar pelas ruas e avenidas de Natal: seja em
ônibus, carro, motocicleta, bicicleta, carroça ou a pé mesmo. E a capital
potiguar é pequena em referência às grandes e extensas capitais do Brasil, tais
como: Rio, São Paulo, BH, Recife, Salvador. Mas, tudo aqui está virando um caos
completo e generalizado em relação ao trânsito. A bem da verdade, o caos em
Natal está posto em quase todas as esferas da vida social, política e
administrativa desta cidade, que um dia, fora bonita e tranquila. Hoje ela é
insegura, feia, mal organizada, que presta serviços básicos à população de
forma duvidosa (muito duvidosa!), de forma insuficiente, e, claro, mal
administrada, como todos podem perceber.
Mas,
voltando ao trânsito, após a estabilidade e crescimento econômico do país nas
últimas décadas e também devido às recentes crises externas e com políticas
internas de favorecimento ao consumo exagerado no setor industrial de
automóveis, com reduções de impostos e facilitação do crédito, fez com que ocorresse
um verdadeiro ‘boom’ nas vendas de carros e motocicletas que explodiram de
forma assustadora. Ao invés de políticas públicas que viabilizassem a qualidade
no transporte coletivo, incharam as cidades com os chamados carros de passeio e
motocicletas - Natal não ficou alheia a isso, que foi tomada e é, a cada dia,
de mais e mais carros e motocicletas – lojas especializadas pipocam por todos
os lados (salve as oportunidades de negócios!). Na capital potiguar quase
inexistem vias exclusivas para o transporte coletivo. Como os condutores deste tipo
de transporte são mal educados no trânsito, desrespeitando a tudo e a todos, o ‘nó’
se instaura a cada 100 metros no trânsito natalense pra tudo que é lado – não há
mais ponto de fuga nas vias da cidade. Claro que nós motoristas e pilotos não
ficamos tão distantes daqueles condutores em termos de má educação no trânsito –
muito pelo contrário.
É
claro que no capitalismo de mercado todos têm direito a bens (e nisso
incluem-se os automóveis), mas nos falta projetos de mobilidade urbana que
favoreçam a fluidez do tráfego, apesar do aumento da frota e em Natal isso fica
muito evidente. Apesar do anúncio da copa, pouco se vê a concretude de projetos
para a melhoria e agilidade do trânsito até agora. Além de não haver obras
pertinentes à melhor adequação do trânsito de forma eficiente, as ruas e
avenidas vêm num processo gradual de deterioração com manutenção aquém do
necessário. Hoje em dia, eu desafio alguém a me mostrar alguma via pública que
não esteja esburacada, apertada, mal conservada e/ou mal remendada em Natal. As
ruas e avenidas da cidade são dignas de rally de aventura (bom para as oficinas
mecânicas). Os competidores seriam todos os usuários do tráfego natalense. Como
pode uma cidade ter, sucessivamente, gestões no mínimo tão negligentes? A atual
bate todos os recordes de audiência em relação à inoperância da gestão pública
competente; mas as gestões passadas também não foram tão maravilhosas assim:
faltou e faltam planejamento e realizações de obras que pensem estrategicamente
o futuro da cidade quanto ao trânsito.
O transporte
coletivo é falho pra não dizer coisa mais desagradável. Inocentemente,
desconfio de que existem empresários financiadores de campanhas eleitorais que
tomaram a concessão pública do transporte público como algo privado e dominaram
os gestores do governo municipal (tanto no executivo, quanto no legislativo). A
qualidade do serviço que se dane, o lucro é o que importa. Será? A população
que utiliza esse tipo de locomoção é achincalhada, desrespeitada de forma tal
que se poderia criar uma revolta ideológica contra a ingerência pública que
ignora tal população (greve geral enquanto não houver transporte coletivo
qualificado – ô, utopia!). Isso não é de agora. Podemos dizer que nos últimos vinte
anos é assim: o povo cada vez mais esquecido, exceto em tempos de eleição,
óbvio! Vide a população da Zona Norte, por exemplo! A forma como essa parte da
população natalense é menosprezada é lamentável. Parece que a ZN só é lembrada de
quatro em quatro anos.
O transporte
particular cresceu quantitativamente de tal maneira que, sem reformas e
planejamento para as vias, estas não aguentam mais a demanda que aumenta em
proporção geométrica. Vamos aos exemplos:
- a BR 101, entrada sul de Natal,
é um caos no começo da manhã e no fim da tarde: poderes públicos das três
esferas articulem-se, a coisa está complicada demais (dá pra recuar a parada de
ônibus de Neópolis – sentido Parnamirim/Natal – para desafogar aquele trecho,
pelo amor de Deus?!), quando sairá um túnel ou viaduto na entrada para Nova
Parnamirim? Cadê nossos deputados federais e senadores? Vamos trabalhar um
pouco para o bem do povo, esqueçam seus interesses particulares vez enquando;
- a Avenida Bernardo Vieira é
ridícula, indo e voltando: estreita, travada e perigosa; é difícil pensar
alternativas para a Hermes da Fonseca e Prudente de Morais? Que tal uma vai e
outra vem, como dizem lá em ‘nós’. Contratem verdadeiros engenheiros de
trânsito e coloquem nas secretarias correlatas profissionais que entendam tecnicamente
da coisa e não aliados políticos aluados em relação ao trânsito – e a “otras
cositas mas”;
- na Zona Norte a coisa é mais
complicada ainda e a Roberto Freire e Ayrton Senna também são terríveis porque,
com a mesma estrutura, comportam um fluxo de automóveis há duas décadas, hoje a
coisa mudou (já perceberam?).
Não falo
nenhuma novidade aqui. Todo mundo sabe o quanto é nevrálgico que a
administração pública pense, planeje e ponha em prática soluções para as vias
públicas de Natal e suas demandas. Enfim, estou repetindo reclamações que todos
que moram em Natal conhecem bem: o trânsito aqui degringolou de vez. Este tosco
desabafo precisava sair de mim – não posso pagar analista com meu parco salário
de professor da educação básica. Pode parecer ridículo reclamar, mas precisamos
fazer isso mais vezes: todos nós que pagamos impostos exorbitantes; nós, que
sustentamos políticos que administram mal nossa capital, especificamente. Esse
ano é de eleição, precisamos cobrar seriamente dessa horda de ‘profissionais
politiqueiros’ que se oferecem abnegadamente a “servir a população”, porque ou
trabalham para a qualidade de vida do povo natalense ou pedem penico e caem
fora!
* imagem: internet: potiguarbus.blogspot.com
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