Categorias e
Eleições: precisamos de representantes de verdade.
O pau que mais tem
nos dias de hoje são os trabalhadores “organizados” em categorias: de
professores, de profissionais da saúde, de servidores públicos, etc, etc. Cada
uma dessas categorias têm seus próprios sindicatos que, em alguns casos, são
meio controvertidos. Por exemplo, o sindicato dos professores das redes
públicas do estado do RN e, consequentemente, do município do Natal, vez
enquando deixa os professores mais ressabiados em dúvida quanto às suas reais
ações em prol dos docentes que “representa”.
O grande problema
dos dirigentes dos sindicatos, a meu ver, é que depois que eles chegam lá (no
posto diretivo), faz como a maioria dos políticos que criticam: não querem mais
largar o osso de jeito algum. É uma mosquinha danada essa da política, quando
pica o sujeito, acabou-se! Às vezes, ou todas as vezes, o companheiro ou a companheira
esquece sua própria profissão e passar a defender seus interesses políticos:
sejam em sindicatos ou em representações proporcionais e/ou majoritárias da
nossa bem vista política tupiniquim. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Geralmente, as
categorias esperam muito pelas orientações sindicais ou da bonança de um
político abnegado para falar por elas. A grande maioria não percebe que têm
certas coisas que não precisa de político ou sindicato algum para que façam a
coisa acontecer e se fazerem representados de verdade. Um exemplo é na hora do
voto (como qualquer eleitor). Eu me pergunto: porque uma categoria como a de
docentes do município do Natal não tem um representante de verdade da câmara
municipal? Precisa alguém dizer que seria necessário? Ou alguma vez os
professores do ensino público desta capital se sentiram representados e ouvidos
realmente? Porque não elegem seu representante concreto, com responsabilidades
bem definidas? Estamos falando de trabalhadores da educação que são
supostamente formadores de pessoas e de opiniões (ou deveriam ser).
Utilizando-se da
categoria dos docentes da cidade do Natal como exemplo, esta cidade deve ter na
ativa, hoje em dia, mais de 3,5 mil professores, sem contar com os tantos
outros que estão aposentados, mas que se ressentem da mesma representação. Se
você contar com esposos e esposas, filhos e filhas e agregados, esse número
cresce consideravelmente. Sugestão, temos Amanda Gurgel: professora, lutadora e
candidata.
Certamente nesse
contingente teríamos, no mínimo, uns 05 mil eleitores. Esse número é capital
eleitoral inicial significativo para que pudéssemos fazer nosso representante
na vereança natalense. Então, porque não o fazemos? Porque nos dividimos tanto
e acabamos sem ninguém para falar verdadeiramente por nós? Por que outras
categorias não o fazem com seus números não menos significativos? E se os
sindicatos irradiassem a ideia, interiorizando-a? Mas, claro, sindicatos têm
seus interesses políticos que muitas vezes não passa dos interesses das suas
respectivas direções. São raras exceções. E é claro também que o ser humano, professor
ou não, é um ser complexo com interesses distintos e tem enorme dificuldade de
partilhar e compartilhar de um mesmo pensamento comum em prol de todos. Freud
explica!
Acho que a
categoria professoral, como essencialmente formadora de opinião, poderia dar
início e exemplo para outras co-irmãs. Agora, imagina terem-se câmaras
legislativas municipais com vereadores e vereadoras eleitos e eleitas por suas
respectivas classes de trabalhadores e trabalhadoras (isso em todos os
municípios): de docentes, da saúde, da segurança, dos demais servidores! Acho
que seria bem diferente a coisa na política! Obviamente esses pretensos eleitos
iriam defender os trabalhadores e se se debandassem para o lado obtuso da coisa,
elegeríamos outros e assim até acertarmos. Será que se faria política de forma
diferente?
Esse exemplo
sonhador e ingênuo (de se alcançar tal feito na nossa maturidade eleitoral)
poderia se estender a outros grupos, como a classe artístico-cultural (Rodrigo
Bico é candidato e é um ótimo postulante ao cargo) que tanto luta por suas
expressões e ações, e que pouco tem respeito de forma séria da parte dos
políticos profissionais, com políticas de estado nessas áreas que contemple a
diversidade de manifestações artístico-culturais existentes na nossa cidade, no
nosso estado.
Enfim, as coisas
poderiam se tornar mais amenas para os trabalhadores em nossas lutas diárias. Bastaríamos
desenvolver uma consciência de voto e de organização em torno de um representante
político nosso, de verdade. Não haveria necessidade de grandes empreendimentos
financeiros; somente uma maturidade comum eleitoral e de classe.