_____
Andares meus do meu andar sofrível
Em andares de sentimentos e desconhecimentos
Construídos e desconstruídos em minh'alma
Andares circulares dos meus círculos imersos em contradições
Circulares de movimentos obtusos e pendulares
Que entre pólos circunscritos em mim
Doravante e sempre sobem e descem nos andares meus!
_______
Nem que toda aldeia fosse o universo inteiro
Entre muros e rebentações
Nem que idílicas ilhas se ancorassem às pontes
Entre linhas e suas bifurcações
Nem que isso estivesse no oposto daquilo
Entre marés de polo a polo de inversões
Eu deixaria de estar envolvido
Nos oceanos de minhas contradições.
_______
Soneto alegre
Crepito, irrito, e aflito disparo meu veneno
Amparo a quem embaraça as ilusões
Teço um fio imaginário, turvo, mas sereno
Numa vida que nunca estabeleceu padrões.
Quem desce a si mesmo não se esmaece
Mas, disputa uma guerra sem vencedores
De todos, excêntrico, quase se esquece
E apaga embevecido todos os pudores.
Reflexo de mim, espelho da alma
A angústia, que nunca me foi amiga
Irrita minha solene e altruística calma.
Que em tudo, desola-se trêmula e ferida
E aflita, crepita e espelha o trauma
Que permeia, endógena, a sôfrega vida.
_____
Escrevo meus poemas como quem salta pecados
Discorro meus dramas em sorrisos baratos
No momento das apresentações...
O prazer pode ser apenas uma incerteza!
Não há lugar vulgar, com preços módicos
Que eu não goste
Consigo transitar bem
Mas, somente, entre aqueles que desperdiçaram suas chances
Tenho debilidades amorosas
Que me chegam sem notícia de aviso prévio
Sou surpreendido de quando em vez
Pelo perigo do abismo que saltei - mas que está lá:
Chamando-me de vagabundo
Escrevo minhas crenças em linhas amargas
Das descrenças que me encerrei
Salto arranjos e esqueço frases de efeito
A assim, balbuciando frágeis alegrias
Escrevo meus poemas como se fosse um lorde.
_____
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu contato para troca de saberes sobre postagens específicas: