quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Outras tantas vezes...

Parte II?
Fonte da Imagem: blog42195.blogspot.com

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Veridiano Maia
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É! Talvez o Brasil seja um país sem culpa!
Talvez a corrupção seja mera ficção e fantasia!
Talvez exista esquerda no Brasil... A direita... O nem!
Talvez vivamos no tempo das esquizofrenias coletivas.
Talvez nosso povo seja só um "talvez".

*
Deixo sobras do passado em cada esquina
Ando pelas ruas do presente com meu pé caminhador
Já me falaram de avenidas floridas e arborizadas
Disseram que ficam lá pros lados do bairro do futuro
Mas, disso eu não sei porque não conheço toda a cidade.
Só tento prestar atenção aos sinais...
*
Impulsos pulsam à flor da existência:
- Perene impulso destoante...
Que dar-se à revelia do que é estacionado no ventre do normal viver.

Impulsiona-se a temporária vida.

Em cada estranha esquina, intempéries de matizes de homo sapiens.
Há um obelisco do eu satírico e do outro a espreitar e empreitar o tempo,
Nos pulsos replicantes de um ir e vir sem fim, porém finito.

Existem fórmulas e convenções indesejáveis.
Existem intransigentes arremedos de resistências.

E nos impulsos pulsantes de desejos destoantes do eu normal,
Segue o tear de muitas inconstâncias e aniquilações do desejável instante.
*
Na pedra do porto

É de ficar vendo a dobra do mar
A pancada da onda
Enquanto o sol põe sua barriga na linha do horizonte.

Fim de tarde, fim de semana, fim de mês, ano que vem...

É de esperar...
É de pensar, pensar...
O que foi
O que virá.

A espiral do tempo entrecruza suas dobras
É de deixar, de esquecer, de perdoar.
Senta e sente!

É de amar.
Ama amar
Mesmo amores mal correspondidos
Insiste, acredita...
É de tentar.

Enquanto o tempo espira, o sol se deita e o mar recua,
É de ficar ali entrecruzada na encruzilhada da vida.
Sentindo o pensamento pesado do desamor.

Releva

Sente
Pensa
Espera
Esquece
Perdoa
Ama
Finda com a pancada do mar.

É de findar.
*
está na hora de ser feliz
daqui a pouco o sono chega, o cansaço bate,
o despertador toca, você acorda...
dia é puxado...
você se ocupa,
esquece o que é mais importante para o seu coração
deixa pra ser feliz outra hora
adia...
adiando...
adiante...
ulterior...
utopia!

está na hora de ser feliz
assim, como quem ouve música...
pianinho.
*
Entre parênteses

Existe o verbo
Intransitivo
Existem coisas e pessoas
Transitivas (existem?)
Existe o que sempre está posto a teu lado
Mas, também existe o que não está...
Você existe (resiste?). Ou pensa que sim...
Passageiro... (...mente, mente...)
Ela existe transcendente em sua passagem
Ele existe e vê-la bem (persiste!)
Resistente ao desapego
Ela sempre esteve ali (existindo, indo...)
Você não percebera
Displicência existente
Esqueceu o substantivo (o mais importante de todos...)
Derivado do verbo
E o verbo, certamente, é o único que existe de fato.
*
O humano mentaliza
Raciocina
Pensa
Mas, também sente
Ignora a lógica
Procura
Acha
Perde
O humano fica saciado
E volta a sentir fome, fome, fome
Fome de tudo, de todos, da coisa
O humano é estranho, normal humano
Desacredita, tem fé
Cria
Transforma
Repete
O humano é muito cheio, é muito vago, vazio, transbordante
Erra, erra, erra
Acerta
Qual?
Nada
Tudo
Acabou
Começa
O humano...
*
E ela precisa do silêncio
Ansiava o desencontro com o mundo
Quando reclamou sua atenção
Só pedia liberdade
E você não quis decifrar os labirintos
Do coração que ela abertamente te mostrava.
*
Diante de tanta incerteza oceânica
que cerca nossos arquipélagos de pequenas certezas,
há uma maravilha em cada mulher do planeta
e um homem super possível de coisas impensáveis
no outro vértice dos humanos - o oposto que se vê
e se finda complementar no infinito do espelho:
 - no limiar de todas as fraquezas e limitações!

*
Olhos fechados não conseguem ver adiante...
As imagens de quem se fecha em si, só trazem cores do passado.
Braços cruzados não sabem do aperto do abraço...
O calor que o corpo pode oferecer voluntariamente.
Lábios sisudos não entendem da doçura do riso...
Impedem as palavras de saírem e de agradarem ouvidos atentos.
De costas para o mundo não se sabe das belezas dele...
As correntes que predem a alma são teimosias dos velhos erros,
O coração não tem cadeado e não é gaiola da solidão!
*
Confissão

Confesso que errei!
Errei muito... Em todos os momentos, errei.
E se quiseres, podes até me mandar para aonde for de bom grado de teu estilo,
Tens todo o direito...
Fiz tudo ao contrário.
Quando deveria ter sido sóbrio, fui ébrio;
Quando deveria ter sido sensato, fui loucura;
Quando não deveria ter sido nada, quis ser tudo.
Minha culpa, minha máxima culpa.
Confesso que não fiz o que poderia...
Quis ir além de quando nunca seria me permitido ir...
Mas, quis.
Tentei descobrir o que não me devia querer...
Fechei os olhos para aquilo que deveria estar bem atento.
Mas, nunca fui razão.
Levei-me pelo meu insensato coração.
E sempre fugi das mais profundas ilusões da verdade (qual verdade?)
Quis ser mistério
Deletério...
Errei,
Confesso.
Meus pecados foram todos os momentos que amei
E amei!
Ah, como eu amei!
Tudo aquilo que me pareceu valer a pena amar.
*
Já sentiu saudade de algo que você nunca viveu?
Que pode vir quando você ouve uma música antiga... Um filme bom!
Que aparece no fim daquela tarde ensolarada...
Quando o sol beija a face do horizonte de outro modo que o normal...
Que surge na caminhada que você raramente faz quando o dia amanhece;
Que bate forte quando você amanhece vendo o mar e o dia nascer...
Quando a lua parece ser mais chamativa...
Quando você conversa com alguém e...
Que parece que será a única conversa que você vai se lembrar pelo resto da vida.
Sabe aquela melancolia boa que você não entende de onde vem?
De quando você está sozinho ou rodeado pela multidão... Tanto faz! Sabe? Não?
Então, é essa que, vira e mexe, acaricia meu coração tentando me fazer dormir.
*
O silêncio e o barulho

Pois é, faltou dizer que vem o silêncio do barulho
Ritmando as manhãs
E quem aguenta esse sol solvente?
A derradeira brisa foi urgente garimpar mais ousadias
O silêncio só perturba quem não tem mais alegrias
E temos tantas e tão raras, lapidadas...

Pois é, além da estrada, vê que existe o infinito!
Ajudando as madrugadas
E quem ouve os gritos indulgentes?
A primeira temporada desconserta todo o dito
O barulho em seu berro mais contido
E temos tantas vidas pra viver em paz.

Quase esqueci
De agradecer
Já fui tão feroz
Já cortei demais
A alma, a carne, a trama e a vontade...
Quem tem mais do que pode dar?

É só sorrir
É simples assim
Não há o que sofrer
Se você já tem
O que precisa
O barulho e o silêncio são irmãos
Quem tem menos do que há de ser?

Pois é, não deixe de escrever outras histórias
Tantas quantas você for
E quem é louco para não brindar à vida?
O meio sempre traz um fim e um começo do começo
O barulho e o silêncio de outro não e de outro sim
Prazerosas ventanias de além dos nortes!

É lindo assim
É sempre um enfim...
Já, haverá
Já, merecerá
Precisamos perdoar os vilões acorrentados
Das nossas novelas tão inacabadas.
*
Mas, qual é mesmo o lado?
Não existe nem um lado
Quando, ao meio dia, olhamos para o sol
Mas, qual será a contramão?
Quando se olha, à meia noite, pro escuro
Não existe contramão.
*
ESTRANHO (29/07/2005)

Não sou o que vocês inventam
E lá vamos todos os anjos...
Falando de problemas
Sem entendermos quantos somos.

Quantos anjos você tem?
Será que um serve pra amar?
Será que você tem um amor?
Eu sou um anjo vagabundo!

Eu tenho um amor
Eu tenho uma canção que não sai do papel.

Quantos anjos somos nós?
Sorrimos os mesmo problemas
Não entendemos quanto amor
Temos em nossos corações.

Quantos anjos você tem?
Será que um serve pra amar?
Quantos anjos somos nós?
Será que um serve pra dois?
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