Pós-ressaca Eleitoral

Portanto, aceitar que a decisão
popular comprovada nas urnas não faz parte do cabedal de ruídos raivosos dessa
direita. O que é uma divisão eleitoral (bem natural em um processo democrático)
passa a ser mostrado (numa tentativa torpe) como divisão do povo brasileiro,
das regiões, das classes, norte e sul, e por aí vai. Contestar a lisura de uma
disputa vencida pelo PT dentro dos parâmetros democráticos e legais em nosso
processo de consolidação da democracia brasileira é só uma pequena amostra do
pensamento desses grupos políticos.
Eles vão além: fomentam disputas
religiosas, demonizam aqueles que têm concepções espirituais diferentes e mais
ainda os que não acreditam em espiritualidade nenhuma; alimentam o preconceito
social e, nesse sentido, tentam ridicularizar a opção eleitoral ou política dos
mais humildes ou daqueles que não os querem no poder; tentam ampliar o ódio
regional e às minorias; reverberam com ajuda de parte da mídia mentiras e
distorções interpretativas como no caso dos conselhos populares. Não querem uma
participação mais proativa nas decisões políticas do país.
São capazes de forjar informações
e considerar como verdade aquilo que esses grupos adorariam que realmente
fosse, mas sabem que não é. Vide o caso da Veja que explicitamente (e há
tempos) deixou de ser uma revista de jornalismo sério para atuar muito mais
como um cabo midiático eleitoral direitista que não mede consequências para
derrubar o governo do PT que sempre foi mais voltado para as camadas da
população mais excluídas no itinerário histórico do Brasil.
Eles falam em democracia, mas não a querem.
Tanto que vemos e lemos o fomento de intervenção militar contra um suposto caos
do país que não consigo ver materializado no dia a dia de forma tão escandalosa
como tentam me convencer. Eles falam em desenvolvimento do Brasil, mas desde
que seja à moda antiga onde uma pequena parte seleta e destinada por Deus a
dominar, sempre suba; enquanto a maioria sempre desça (essa gente que superlota
a nação com “ignorância política e cultural” de negros, de homossexuais, de
pobres, de semianalfabetos, de periféricos, de homens e mulheres dos extratos
sociais mais abandonados historicamente). E a raiva é grande porque esse grupo
sociopolítico não consegue aceitar que essa “gentalha” do sul, sudeste,
nordeste, norte, centro oeste que votaram no PT tenha o mesmo poder de decisão
em um processo eleitoral da mesma forma dos iluminados e cultos da direita. Um
voto vale somente um voto e isso é demais pra direita brasileira.
Essa pós-ressaca eleitoral ainda
vai longe. Vai ser vista na retaliação do Congresso Nacional, vai ser lida nas
páginas de revistas e assistida em telejornais, vai ser espalhada em redes
sociais e fomentada até mesmo por certos agentes públicos nas instituições. A
democracia é o real alvo porque não aceitam que nela haja o contraditório em
relação ao desejo de poder hegemônico da direita elitista do Brasil, que sempre
entoou mantras por centenas de anos para doutrinar o povo! O PT é só o meio
mais rápido para ser atacado no combate à vontade e à soberania do desejo de
maior parte da população brasileira (expressa nas urnas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu contato para troca de saberes sobre postagens específicas: