quarta-feira, 28 de março de 2012

Verdades e Mentiras...





...mentiras e verdades!                                                          

                                                                                                                                     

            Nesse nosso mundinho de meu Deus a verdade e a mentira podem ser dois gigantes mitológicos antagônicos ou duas fraternais irmãs gêmias que andam de mãos dadas. Sinônimos e/ou antônimos de sinceridade e falsidade, fidelidade e infidelidade, respectivamente. Será? Esquerda, direita ou pelo contrário, como diz o psicodélico mecânico naval Jacó? Quem suporta a sinceridade extrema ou a falsidade total, nesse mundo do capital e da “diplomacia” tácita? O ângulo, a forma ou a situação contextual é quem dirá em qual pedestal essas duas invenções culturais da humanidade serão conceituadas, concebidas e destacadas (versões de um mesmo drama; comédias de uma mesma versão). Por exemplo: o que hoje é verdade para a ciência, pode ser mentira amanhã; o que hoje é mentira na reiligião, fora verdade absoluta dias atrás.
            Se alguém afirmar que a gestão atual da capital potiguar funciona, para muitos soaria como uma mentira deslavada e para outros, uma verdade inexorável. Funciona para quem? Para nós, reles mortais, certamente não; para privilegiados abastados, possivelmente sim. Podemos transcender do todo da gestão em questão, diametralmente, para a face explícita e obscura da educação pública municipal da qual “cuida” esta ‘bendita gestão’. Como relata  Aplle em “Ideologia e Currículo”, a educação pública em comunidades periféricas funciona: só não se sabe bem a quem e por quais interesses ela funciona tal qual está posta. E nisso tudo há múltiplas faces verdadeiras e mentirosas, dependendo do olhar de quem analisa a coisa toda. Por relação diretamente proporcional, ídem ao Sincato que “representa” os professores do Rio Grande do Norte/SINTE-RN. Verdade ou mentira? Ele funciona, não funciona? Mas, sob qual ângulo de análise? De que forma? Em qual contexto?
            Das últimas assembleias promovidas pelo SINTE-RN em 2012 me passou um calafrio intuitivo de que entre os debates, as verdades e as mentiras expostas, havia um senão de manobra protagonizada pelo sindicato com o objetivo de freiar a greve e, quiçá, esfriá-la completamente (chove no molhado, essa minha estúpida retórica). Estaria o SINTE-RN trabalhando por qual verdade ou por qual mentira? Em prol de quem? Do anseio da categoria docente do município do Natal na busca de melhores condições de sobrevida financeira ao pleitear pouco mais de 22% de correção salarial? Ou estaria o sindicato atuando em prol da atual gestão municipal que propõe (ou propôs, já não quer mais propor, segundo li no site do próprio sindicato) cerca de 10% em suaves prestações a perder de vista?
            Verdades e mentiras! Antagônicas e irmãs. Como nos afetam e nos influenciam vida afora...
Assim é que saio dos sucessivos sonos:
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos.
Metonímias, aliterações, metáforas, oximoros...
Sumidos no sorvedouro.
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
No topo fantasma da torre de vigia
Nem a simulação de se afundar no sono.
Nem dormir deveras.
Pois a questão-chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado?”
[A fábrica do Poema – Salomão e Calcanhoto]
            “A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por outros seres humanos com cérebros normais e despidos de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade), e confirmada por equações matemáticas e lingüísticas formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros diante das mesmas coordenadas”. Será mesmo? "A verdade" pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. [fonte: enciclopédia livre na net]
Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um "pecado" em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos sempre se dividiram quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto Aristóteles, Santo Agostinho e Kant disseram não. Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa grande mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Ministro da Propaganda Alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich. [fonte: enciclopédia livre na net]
Mentir é feio, desde que não seja você o mentiroso. Dizer a verdade é bonito, desde que não seja você a ser o receptor de uma verdade desagradável. 
E cá estamos nós educadoras e educadores, nesse mundinho de meu Deus! Entre verdades e mentiras concebidas e promulgadas por nós mesmos em nossas escolas, chancelando os ditames da sinceridade e da falsidade presentes nas gestões governamentais da cidade de Cascudo e, corroboradas, pelas instâncias sindicais. E no caldeirão do angú das nossas verdades e mentiras existenciais, que replicam em nossas profissões e vice-versa, ficamos em cima do muro para ver quem mente mais e fugir das verdades inconvenientes da vida e da profissão docente.

Veridiano Maia
Professor


   OBS:  figura: g1gospel.com


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