Um Sindicato independente de
Partidos!
Eu não entendo a atuação de
sindicatos quando não endurecem as lutas contra gestor ‘A’ ou ‘B’ e endurecem
contra gestor ‘C’. Não acredito que nenhum gestor público nas três esferas do
nosso executivo sejam pró-educação pública. O que percebo é que há muitos
paliativos remendadores que camuflam a situação mais que precária da nossa
educação das redes básicas de ensino público. Há uma espécie de obrigação de
algo fazer para que os eleitores se iludam e deixe-os em paz quanto ao tema em
voga. Mas, ações pertinentes, de estado, estratégicas, que pensem a educação de
qualidade para já e para o futuro, passam bem distante de nossos representantes
eleitos (é uma impressão minha).
Com isso, restaria a luta da categoria. Uma
luta árdua. Uma luta legítima. Uma luta ancorada pelos sindicatos que não fazem
política, ou melhor, politicagem. Não repetem o que supostamente criticam nos
gestores públicos (quando fazem oposição a estes). Vejo sindicatos onde há
diretorias que se perpetuam no poder sindical e se autoproclamam como os únicos
abnegados e capazes de encabeçarem as lutas das respectivas classes. Tais quais
os políticos fazem. Não há democracia de fato, há lutas pelo poder. E isso
desvirtua o sentido de luta por melhorias porque se imbrica em situações subterfugias
que desmobiliza e desarticula, em surdina, de acordo com as conveniências de
manutenção do poder.
Políticos eleitos pelo povo,
seja do legislativo ou do executivo, são bem-vindos às lutas de classe desde
que não cobrem subserviência em troca, mas, convenhamos isso é praticamente
impossível nesse nosso tempo e estado cultural.
Todos esses jogos de
interesses acabam por enfraquecer os trabalhadores em educação, por exemplo. E
desconfio que a estratégia seja sempre essa para a manutenção do status quo. Assim, temos sempre mais do
mesmo. Só melhora o que piora. Só cresce o buraco que aumenta. As 'pseudo' lutas de
alguns sindicatos, parece que é só isso – a depender de qual gestor se trata,
de qual partido político ele é e qual coligação ele fez.
Por isso, sempre que tenho a
oportunidade de conversar com colegas docentes do município do Natal sobre as
lutas municipais sobre nossa educação pública e sobre as posições sindicais que
nos afeta diretamente, advogo a criação de um sindicato municipal de
trabalhadores e trabalhadoras em educação, exclusivo para o município do Natal.
Que cuide de nossas questões mais prementes, de nossas defasagens e fraquezas,
de nossas especificidades educacionais diárias. Um sindicato feito por
professores em sala de aula, por servidores em atividade na prática rotineira
nas escolas. Sem subserviência a nenhum partido político ou político. Abraçando
aqueles que queiram, sem segundas intenções, qualificar e melhorar a realidade
educacional da capital potiguar em inúmeros aspectos. Afinal de contas, seria
para que sempre fosse assim, posto que são representantes do povo e lá estão para isso
e muito mais. Um sindicato de fato e não só de direito.
* Imagem retirada do google