quarta-feira, 6 de março de 2013

Escritos ditos poéticos pseudo.




A VEZ DA VOZ

Veridiano Maia



De voz em voz degela em silêncio,

O opaco balbuciar das bocas.

De vez em vez em quando, a tez...

Reluz ao calor deste sol inclemente,

Ciente de toda aridez de sentimento.

Aqui, ali, fervem-se ideias mofadas...

Nos escafandros recantos obscuros da mente,

E, na palidez da voz, a vez não tem seu tempo.

O que temos é somente um aguente!

Que o vento está quente, quente, aguente...

E a vez da voz se faz distante e doente.



---

Sem nome?

Veridiano Maia 

Há 'gentes' demais
Pendites demais
Achadas demais
Há pedras demais
Curvas demais
Ladeiras demais
Há caminhos demais
Choro demais
Riso demais
Há arrogâncias demais
Humildades demais
Insanidades demais (nas cabeças dos normais).

Tudo, nada; muito, pouco; concreto e abstrato; são e louco!
E eu?
Perdido de menos no sumidouro deste espelho!
---

DESVIO
Veridiano Maia

Ladeira sim, ladeira não,
Tem gente sofrendo na contramão,
Vida de esquina, cheio e vazio,
Morre mais um naquele frio.

Enquanto aqui deita o calor,
No corpo magro desse menino.

Cai na internet, sai no jornal,
Que a violência hoje é normal,
Vida que finda, choro e sorriso,
Nasce mais um de improviso.

Enquanto lá tudo acontece,
Aqui não passa de um desvio.

A quem sabe amparar as suas preces,
Rogai, rogai!
Pedindo pressa, na guerra ou na paz,
Rogai, rogai!
Que uma oração, o outro merece!
Rogai, rogai!

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Pequenas (quase) crônicas mal contadas - Veridiano Maia
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Como tem lenda virtual por aqui.
Do tipo: - um dia um homem, uma mulher, um velho senhor, um pobre sábio...
Um isso, um aquilo... Era uma vez sei lá quem escreveu...
Sobre fé, lição de moral, política, religião, milagre, frases atribuídas em fatos não comprovados...
Todos repetem as histórias, publicam, curtem, compartilham...
Ninguém sabe quem, de onde veio, niguém sabe nada... Mas, publicam...
Como tem lenda virtual por aqui, nos perfis, nas mentes, nos homens e mulheres de boa fé (ou não).
Como tem...
Como!
*
Curti a curtida que você deu da minha curtição,
Compatilhei o seu compartilhamento acerca daquilo que nunca é compartilhado
E, por vezes, esquecido.
Comentei o seu comentário
ao comentar as destiladas venenosas dos comentários alheios.
E assim, vamos! Mas, para onde?
qual o tempo que resta?
Faz quanto tempo que você não diz nada que outros já não disseram?
 *
Entre discursos e lamentações
Na pós-modernidade que cria
Novas tecnologias iPadianas
E fontes renováveis de fome e exclusão
Agitam-se faniquitos individualistas
Em complexas virtualizações em rede
Cada um é sempre de per si
E nossa aldeia diminui enquanto se separa.
A nova pangeia é graça e obra da internet,
Mas, nossa compartimentação é concreta - tem carne, osso e sangue!
E, vez por outra, pulsa um coração isolado.
Assim, entre ditames e mares D’além,
Imaginados em nossos juízos claustrofóbicos
A presença do imponderável cotidiano
Discutimos tudo e a todos
Problematizamos pouco, agimos por espasmos,
Lamentando o “Se” do tamanho de nosso ocaso.
*
Enquanto você faz seus planos...
A coisa vai ficando complicada em algumas estações.
Às vezes, esse calor perturba o juízo de muita gente!
E o frio, como o bom diálogo, com sua brancura turva do universo,
É só um souvenir em imagens midiáticas.
Pessoas se agridem.
Colegas que não se gostam também fazem da agressão
"Composição poética"
Enquanto você Sonha...
O mundo realiza desequilíbrios na sua lógica ordenada.
Ah, esse nosso tempo!  
*



Há flores...

... Sendo conduzidas lá pra lua...

 ... Por um avião antigo de guerra...
 ... Cujo piloto é um senhor de tantas batalhas, esquecido...

 ... Que serão depositadas num altar de pedras santas...
... construído por pequeninas formigas de trabalho e roça...

 ... Há flores! Lá, bem lá... Distante!

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