sábado, 10 de novembro de 2012

Eu e meus escritos "poéticos"



Anjos
Veridiano Maia

Entre discursos e lamentações
Na pós-modernidade que cria
Novas tecnologias iPadianas
E fontes renováveis de fome e exclusão
Agitam-se faniquitos individualistas
Em complexas virtualizações em rede
Cada um é sempre de per si
E nossa aldeia diminui enquanto se separa.

A nova pangeia é graça e obra da internet
Mas, nossa compartimentação é concreta - tem carne, osso e sangue!
E, vez por outra, pulsa um coração isolado.

Assim, entre ditames e mares D’além,
Imaginados em nossos juízos claustrofóbicos
A presença do imponderável cotidiano
Discutimos tudo e a todos
Problematizamos pouco, agimos por espasmos,
Lamentando o “Se” do tamanho de nosso ocaso.


Cotidiano
Veridiano Maia

Enquanto você faz seus planos...
A coisa vai ficando complicada em algumas estações.
Às vezes, esse calor perturba o juízo de muita gente!
E o frio, como o bom diálogo, com sua brancura turva do universo,
É só um souvenir em imagens midiáticas.
Pessoas se agridem.
Colegas que não se gostam também fazem da agressão
"Composição poética"
Enquanto você Sonha...
O mundo realiza desequilíbrios na sua lógica ordenada.
Ah, esse nosso tempo!


Estrada
Veridiano Maia

Andares meus do meu andar sofrível
Em andares de sentimentos e desconhecimentos
Construídos e desconstruídos em minh'alma
Andares circulares dos meus círculos imersos em contradições
Circulares de movimentos obtusos e pendulares
Que entre polos circunscritos em mim
Doravante e sempre sobem e descem nos andares meus!

Instante
Veridiano Maia

Nem que toda aldeia fosse o universo inteiro
Entre muros e rebentações
Nem que idílicas ilhas se ancorassem às pontes
Entre linhas e suas bifurcações
Nem que isso estivesse no oposto daquilo
Entre marés de polo a polo de inversões
Eu deixaria de estar envolvido
Nos oceanos de minhas contradições.

Soneto alegre
Veridiano Maia

Crepito, irrito, e aflito disparo meu veneno
Amparo a quem embaraça as ilusões
Teço um fio imaginário, turvo, mas sereno
Numa vida que nunca estabeleceu padrões.

Quem desce a si mesmo não se esmaece
Mas, disputa uma guerra sem vencedores
De todos, excêntrico, quase se esquece
E apaga embevecido todos os pudores.

Reflexo de mim, espelho da alma
A angústia, que nunca me foi amiga
Irrita minha solene e altruística calma.

Que em tudo, desola-se trêmula e ferida
E aflita, crepita e espelha o trauma
Que permeia, endógena, a sôfrega vida.

Escritos
Veridiano Maia

Escrevo meus poemas como quem salta pecados
Discorro meus dramas em sorrisos baratos
No momento das apresentações...
O prazer pode ser apenas uma incerteza!

Não há lugar vulgar, com preços módicos
Que eu não goste
Consigo transitar bem
Mas, somente, entre aqueles que desperdiçaram suas chances
Tenho debilidades amorosas
Que me chegam sem notícia de aviso prévio
Sou surpreendido de quando em vez
Pelo perigo do abismo que saltei - mas que está lá:
Chamando-me de vagabundo

Escrevo minhas crenças em linhas amargas
Das descrenças que me encerrei
Salto arranjos e esqueço frases de efeito
A assim, balbuciando frágeis alegrias
Escrevo meus poemas como se fosse um lorde.


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