Poema Maiakovskiano *
Bradam víboras e incautos
Sobre a liberdade de votar.
Cospem como se não tivessem,
Por dependência, interesse,
Ou subserviência, presos
Às correntes do poder.
Vivem do mal que dele emana
E bronzeam-se à sua sombra.
Desse viver não se arredam,
Pelo medo oxigênico
De sobreviver fora do aquário,
Tenha a cor que ele tiver.
Liberdade de votar, amigo,
É relativa, muito relativa!
E nada tem a ver com o voto livre.
Quem tem responsabilidade
Não é livre para votar,
Pois se prende ao interesse comum.
O voto se afirma, objetivamente,
Na ideia que se tem de povo
E de suas necessidades;
O voto só faz sentido
Se for pensado coletivamente,
Com solidária generosidade.
Então, quem é livre não vota por si;
Quem é livre vota pelo outro!
Quem é livre, torna seu voto livre!
De vaidades, de interesses pessoais,
Livre do escambo, da ânsia de perda
De eleição ou oportunidade.
O voto livre ver o compromisso,
E não vota por amizade!
A amizade “incandeia”,
O compromisso ilumina.
No entanto, amigo velho,
O voto livre carrega-se de medo!
Triste medo de perder
Uma infância pro abandono,
Um jovem para o crime,
Um homem pra a corrupção,
Uma vida para a morte...
Medo de ver a cidade flutuante,
De luto por seu passado,
Desgovernada, naufragar num verde-mar
Que rescende a sangue extraviado.
Medo de ver, enfim,
Sua jovem pele social
Embriagada e corrompida
Pelos encantos sibaritas do poder.
João Vicente Guimarães Barbalho
* Contribuição [sugestão de postagem] da educadora Ana Lúcia Ferreira de Melo.
domingo, 23 de setembro de 2012
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